Filosofar: Um exercício de Estranhamento

Posted by Café Filosófico | Posted in | Posted on 14:29

0

Convido-o a reflexão. Preste, pois, atenção à sua presença no mundo. É estranho saber que, onde quer que estejamos, no fundo não sabemos por que ou para que estamos aqui. E que a nossa percepção do mundo, ou de nós mesmo, é assim tão limitada. Será que vemos e sentimos, é assim como parece? Veja: talvez você não tenha em mente, neste momento, por exemplo, a sensação dos seus próprios pés tocando o chão, ou das costa em contato com a cadeira, ou, por ventura, de um som ao longe, o qual, se você estivesse atento, percebia. Ora, não sentimos o que sentimos? É estranho pensar que a cada instante parece haver uma certa distância entre aquilo que sentimos e a consciência deste sentir...



O que pode o pensamento?

Agora, volte a atenção, não para o exterior, mas para o seu próprio pensamento, pensando em seu próprio ate de pensar. Talvez você possa perceber mas em seu próprio pensamento que aquilo que o seu pensamento pode alcançar: algum desejo que você não sabe onde vem, algum medo que você não explica, a memória que você não domina... Ao vivenciarmos o mistério e o estranhamento de perceber-nos insondáveis por nós mesmo talvez possamos nos perguntar o que significa conhecer a nós mesmos, o que este conhecimento requer, e que outras perguntas devemos fazer neste caminho...

Observe, agora, uma realidade qualquer, a qual você já viu muitas e muitas vezes sem, no entanto, ter tido a oportunidade de percebê-la de um modo novo, inesperado. Um ser vivo qualquer pode perceber estranho e curioso. E também, por exemplo, a sua própria mão, principalmente se você imaginar o que acontece no seu interior, que é você, mas você não vê e provavelmente não sabe. Talvez também possa perecer estranho pensar que somos feitos de carne, e sangue. E ossos, e que estamos interligados com tantos outros seres vivos do planeta Terra. Estar vivendo é algo realmente intrigante...

Ou, talvez ainda, você possa centrar a sua atenção neste texto, o qual tem em mãos. O que existe aqui são sinais, chamados de ‘letras’ e ‘palavras’, que fazem o pensamento mover-se de um modo determinado. Comunicamo-nos através destas marcas. Mas como





Sergio Augusto Sardi,

Professor da Faculdade de Filosofia da PUCRS

Endereço Eletrônico: sergiosardi@uol.com.br

Como seremos amanhã?

Posted by Café Filosófico | Posted in | Posted on 18:30

0


clik para ampliar!
clik para ampliar!