O desafio da reflexão ética

Posted by Café Filosófico | Posted in | Posted on 17:26

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Fala-se muito hoje em ética ou de sua falta: na política , no direito, na medicina etc. Constata-se também um certo embaraço quando se solicita a alguém que defina o que entende por ética. A ética é a parte da filosofia que trata de etos (em grego, éthos). Ethos significou primeiramente morada de homens e de animais. Outros significados vieram: costume, caráter, modo de ser, personagem. Em seu habitat, o ser humano desenvolve hábitos.
Na vida cotidiana , emitimos permanentemente juízos morais: dizemos que alguém agiu corretamente, que uma pessoa foi antiética etc. Todos temos concepções do certo e do errado: seguramente se dirá que destruir o meio ambiente, torturar alguém, desviar verbas públicas são coisas reprováveis. No entanto constata-se certa dificuldade de fundamentar esses juízos de morais. Nessa tarefa, recorreu-se a Deus, à religião, à natureza e à tradição. Mas, hoje numa sociedade secularizada, plural e globalizada, parece estarmos desamparados, quando se faz necessário indicar o porquê dessas convicções. Schopenhauer já afirmara: "pregar moral é fácil; o difícil é fundamentá-la". Num tempo marcado por uma intensa crise de sentido e por transformações rápidas e profundas, os valores tradicionais cada vez mais questionados.
A tarefa de fundamentação da ética torna-se ainda mais complexa devido ao enorme progresso da ciência e da técnica que, sem dúvida, resolveram muitos problemas da humanidade, mas que, ao mesmo tempo, criaram novas dificuldades, diante das quais estamos perplexos. Segundo Heidegger, é certo nunca tivemos tantos conhecimentos sobre o ser humano como atualmente, mas "também é verdade que nenhuma época soube menos do que a nossa o que é o homem". Há cem anos, por exemplo, as pessoas não tinham grande dificuldade em indicar o começo e o fim da vida de um indivíduo. Hoje, mesmo com o vertiginoso desenvolvimento cientifico, parece não sabermos mais coisas até então elementares, como o momento da morte e o início da vida(Veja-se o acalorado debate sobre a utilização de células-tronco embrionárias). Na resolução desses problemas, não basta recorrer às informações da ciência. É também indispensável a reflexão ética, pois nem tudo que é possível cientificamente pode ser justificado sob ponto de vista ético.


Precisamos de você
(Bertold Brecht)

Aprende - lê nos olhos,
lê nos olhos - aprende
a ler jornais, aprende:
a verdade pensa
com tua cabeça.
Faça perguntas sem medo
não te convenças sozinho
mas veja com teus olhos.
Se não descobriu por si
na verdade não descobriu.
Confere tudo ponto
por ponto - afinal
você faz parte de tudo,
também vai no barco,
"aí pagar o pato, vai
pegar no leme um dia".
Aponte o dedo, pergunta
que é isso? Como foi parar aí?Por quê?
Você faz parte de tudo.
Aprende, não perde nada
das discussões, do silêncio.
Esteja sempre aprendendo
por nós e por você.
Você não será ouvinte
diante da discussão,
não será cogumelo
de sombras e bastidores,
não será cenário
para nossa ação!



PARA REFLETIR:

A ética não é algo inventado por um sábio, mas se origina na revelação viva entre pessoas. "Quando o outro entra em cena, nasce a ética", diz Umberto Eco. A ética é o convívio das pessoas e comunidades. Para o filósofo francês Emmanuel Lévinas, "o apelo ético é o rosto do outro, que me interpela e pede reconhecimento a respeito". Portanto somos éticos em relação a alguém e não porque obedecemos leis e normas. Diante de situações graves, como a pobreza e a miséria, o apelo do outro é ainda mais evidente, tanto que o dramaturgo alemão Bertold Brecht pproclama: "primeiro o pão, depois a moral". Ou, então, diante da destruição do meio ambiente, surge a necessidade ética de garantir às gerações futuras condições ambientais pelo menos iguais às que as gerações anteriores desfrutaram. Para aprendermos a difícil arte da relação com o outro é preciso a também necessária arte da autonomia e da responsabilidade, seguindo o poema...


Draiton de souza, diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da PUCRS, Porto Alegre, RS
Endereço eletrônico: Draiton@pucrs.br



Filosofar: Um exercício de Estranhamento

Posted by Café Filosófico | Posted in | Posted on 14:29

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Convido-o a reflexão. Preste, pois, atenção à sua presença no mundo. É estranho saber que, onde quer que estejamos, no fundo não sabemos por que ou para que estamos aqui. E que a nossa percepção do mundo, ou de nós mesmo, é assim tão limitada. Será que vemos e sentimos, é assim como parece? Veja: talvez você não tenha em mente, neste momento, por exemplo, a sensação dos seus próprios pés tocando o chão, ou das costa em contato com a cadeira, ou, por ventura, de um som ao longe, o qual, se você estivesse atento, percebia. Ora, não sentimos o que sentimos? É estranho pensar que a cada instante parece haver uma certa distância entre aquilo que sentimos e a consciência deste sentir...



O que pode o pensamento?

Agora, volte a atenção, não para o exterior, mas para o seu próprio pensamento, pensando em seu próprio ate de pensar. Talvez você possa perceber mas em seu próprio pensamento que aquilo que o seu pensamento pode alcançar: algum desejo que você não sabe onde vem, algum medo que você não explica, a memória que você não domina... Ao vivenciarmos o mistério e o estranhamento de perceber-nos insondáveis por nós mesmo talvez possamos nos perguntar o que significa conhecer a nós mesmos, o que este conhecimento requer, e que outras perguntas devemos fazer neste caminho...

Observe, agora, uma realidade qualquer, a qual você já viu muitas e muitas vezes sem, no entanto, ter tido a oportunidade de percebê-la de um modo novo, inesperado. Um ser vivo qualquer pode perceber estranho e curioso. E também, por exemplo, a sua própria mão, principalmente se você imaginar o que acontece no seu interior, que é você, mas você não vê e provavelmente não sabe. Talvez também possa perecer estranho pensar que somos feitos de carne, e sangue. E ossos, e que estamos interligados com tantos outros seres vivos do planeta Terra. Estar vivendo é algo realmente intrigante...

Ou, talvez ainda, você possa centrar a sua atenção neste texto, o qual tem em mãos. O que existe aqui são sinais, chamados de ‘letras’ e ‘palavras’, que fazem o pensamento mover-se de um modo determinado. Comunicamo-nos através destas marcas. Mas como





Sergio Augusto Sardi,

Professor da Faculdade de Filosofia da PUCRS

Endereço Eletrônico: sergiosardi@uol.com.br

Como seremos amanhã?

Posted by Café Filosófico | Posted in | Posted on 18:30

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humor, Visão e relacionamentos

Posted by Café Filosófico | Posted in | Posted on 12:40

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"o sábio quer aprender. o ignorante quer ensinar" ou "Não há prazer mais complexo do que pensar” (Jorge Luís Borges).

O que é humor? O humor pode ser estudado e discutido sobre várias perspectivas e entendimentos: psicológica, lúdica, social, política, cultural etc. No entanto, o humor é contraditório e cheio de ambivalências, como tudo que pertence e passa pelo crivo da experiência humana. Assim podemos dizer que o riso, o sorriso e a gargalhada é uma experiência profundamente individual, como também, é cultural e universal.

Ø Individual – o ato de ri ou vivenciar o humor é algo relacionado à nossa subjetividade, particularidade psicológica e o modo pessoal como encaramos a vida e suas situações.

Ø Cultural – No sentido antropológico da palavra, o humor se constrói a partir das influencias e situações bem específicas: Sociais, religiosas, históricas, climáticas, geográficas, educacionais etc.

Universal – É constitutivo do ser humano ri, sendo o homem o único animal que ri.

Classificação psiquiátrica dos humores:

ü Humor Disfórido – Estado de ânimo desagradável.

ü Humor Expansivo – Expressão de sentimento sem restrições.

ü Humor Irritável – Facilmente a pessoa se irrita e fica raivosa.

ü Humor Lábil – Oscilação entre períodos de euforia e depressão.

ü Humor Exaltado – Ar de confiança e alegria, pessoa mais animada.

Classificação dos Temperamentos ou Humores segundo Hipócrates, Pai da medicina. Para Hipócrates, o corpo humano é formado da mistura de 04 “sucos” ou humores: Sangue ( Calor – Vida ), Fleuma ( frieza, impassibilidade), bílis amarela e negra. Cada um dos humores é constituído por uma combinação dos quatros elementos: quente, frio, seco e úmido. Daí a constituição dos humores se formam a partir da mistura de destes 04 elementos, o que deu a seguinte classificação: Sanguíneo, Fleumático, Melancólico e colérico.

O que os estados de humor nos ensinam a nosso respeito? Os estados de humor nos faz refletir e pensar como é complexo, confuso e obscuro para nós: as forças instintivas, as emoções oscilantes e imprevisíveis do nosso temperamento. Nossos humores exercem grande força e influência sobre nossas ações e reações, decisões, acertos e erros, perturbação dos nossos relacionamentos. Nossos estados de humor, inclusive, a pauta a forma como enxergamos a vida, o mundo e os outros: “Não vemos as coisas como elas são, mas como somos” (Anais Nis).

O bom ou mau humor define nossa visão sobre o mundo, nossa vitalidade, criatividade e auto-estima (conceito de si, gostar de si). Santo Agostinho dizia que “o entusiasmo é o sal da alma”. O mau humor crônico ou constante, atrofia e bloqueia as forças vitais e criativas do ser da pessoa, matando-nos e oprimindo-nos, e também fazendo-nos “matar” os outros. É a prevalência do Tanatos Freudiano sobre Eros, da morte sobre a vida, da repressão sobre o prazer.

O que esperar de uma pessoa dominada pelo mau humor? O imperador Marcos Aurélio faz as seguintes interrogações a respeito de uma pessoa assim: “Você deseja ser elogiado por alguém que a cada três horas amaldiçoa a si mesma? Espera agradar a uma pessoa que não agrada a si mesma? Está contente consigo mesmo aquele que se queixa de quase tudo o que faz” (O Guia do Imperador).

Nossa maior liberdade ou escravidão em relação aos nossos humores dependerá de como lidamos com os nossos estados efetivos emocionais. Para isso é preciso autoconhecimento e a ignorância, a estupidez, a arrogância, a soberba e a covardia impedem uma melhor percepção e lucidez do que somos e dos nossos estados de humor: “O sábio tem os olhos abertos, o insensato caminha nas trevas” (Ecl , 14) ou segundo a sabedoria estóica de Marcos Aurélio: “A felicidade daqueles que querem ser populares depende de outros; a felicidade daqueles que procuram fazer flutua com estados afetivos fora de seu controle; mas a felicidade dos sábios surge dos seus próprios atos livres”.

Existe uma relação entre prazer, humor e sofrimento? Sigmund Freud afirma que o humor produz uma satisfação e prazer à pessoa que é tomada por este estado mental e psíquico. Segundo ele, o humor é uma recusa, resistência e postura do Ego em não se submeter ao sofrimento, a tragédia, as angústias e a crueldade advindas do mundo externo: “O humor não é resignado, mas rebelde” (Freud, O Mal-Estar da Civilização).

O filósofo Epicuro nos pensamento propõe um caminho de superação às adversidades do mundo externo, através da felicidade, autonomia de si da libertação do sofrimento e a vivência do prazer. O que é prazer para Epicuro? “Por prazer entendemos a ausência de sofrimento de perturbação na alma”. Seria o estado denominado por ele de ataraxia ou imperturbabilidade da alma, a máxima expressão de saúde e do bem estar psicológico e espiritual. As tensões e os conflitos externos não são capazes de nos dominar, causar amargor, mau humor e pessimismo. “É a regra maior do sábio epicurista “agir por si mesmo”: Aquele que vive sem perturbação, não pode ser perturbado nem por si mesmo, nem por outro”.

Prof. Antonio Rênio Gurgel de oliveira (O Grão-Chanceler)

O poder da Mente...

Posted by Café Filosófico | Posted in | Posted on 13:26

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O que vocês vão ler agora é um trecho retirado da revista super interessante de Julho de 2002... A mente humana grava e executa tudo o que lhe é enviado, seja através de palavras, pensamentos ou atos, seus ou de terceiros, sejam positivos ou negativos, basta que você os aceite. Essa ação sempre acontecerá, independente se traga ou não resultados positivos para você. Um cientista de Phoenix-Arizona queria provar essa teoria. Precisava de um voluntário que chegasse às últimas consequências. Conseguiu um em uma penitenciária. Era um condenado à morte que seria executado na penitenciária de St Louis no estado de Missouri, onde existe pena de morte executada em cadeira elétrica. Propôs a ele o seguinte: ele participaria de uma experiência científica, na qual seria feito um pequeno corte em seu pulso, o suficiente para gotejar o seu sangue até a última gota final. Ele teria uma chance de sobreviver, caso o sangue coagulasse. Se isso acontecesse, ele seria libertado, caso contrário, ele iria falecer pela perda do sangue, porém, teria uma morte sem sofrimento e sem dor. O condenado aceitou, pois era preferível do que morrer na cadeira elétrica e ainda teria uma chance de sobreviver. O condenado foi colocado em uma cama alta, dessas de hospitais e amarraram seu corpo para que não se movesse. Fizeram um pequeno corte em seu pulso. Abaixo do pulso, foi colocado uma pequena vasilha de alumínio. Foi dito a ele que ouviria o gotejar de seu sangue na vasilha. O corte foi superficial e não atingiu nenhuma artéria ou veia, mais foi o suficiente para ele sentisse que seu pulso fora cortado. Sem que ele soubesse, debaixo da cama tinha um frasco de soro com uma pequena válvula. Ao cortarem o pulso, abriram a válvula do frasco para que ele acreditasse que era o sangue dele que estava caindo na vasilha de alumínio. Na verdade, era o soro do frasco que gotejava. De 10 em 10 minutos, o cientista, sem que o condenado visse, fechava um pouco a válvula do frasco e o gotejamento diminuía. O condenado acreditava que era seu sangue que estava diminuindo. Com o passar do tempo, foi perdendo a cor e ficando cada vez mais pálido. Quando o cientista fechou por completo a válvula, o condenado teve uma parada cardíaca e faleceu, sem perdido sequer uma gota de sangue. O cientista conseguiu provar que a mente humana cumpre, ao pé-da-letra, tudo que lhe é enviado e aceito pelo seu hospedeiro, seja positivo ou negativo e que sua ação envolve todo o organismo, quer seja na parte orgânica ou psíquica. Essa historia é uma alerta para filtrarmos o que enviamos para nossa mente, pois ela não distingue o real da fantasia, o certo do errado, simplesmente grava e cumpre o que lhe é enviado.
"Quem pensa em fracassar, já fracassou mesmo antes de tentar".
Somos o que pensamos e acreditamos ser.

Correr Riscos

Posted by Café Filosófico | Posted in | Posted on 16:19

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Rir é correr risco de parecer tolo.
Chorar é correr o risco de parecer sentimental.
Estender a mão é correr o risco de se envolver.
Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu.
Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas.
Amar é correr o risco de não ser correspondido.
Viver é correr o risco de morrer.
Confiar é correr o risco de se decepcionar.
Tentar é correr o risco de fracassar.
Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada.
Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada.
Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.
Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.
Somente a pessoa que corre riscos é livre!

(orador romano e Filósofo - Seneca)

Frases Filosóficas

Posted by Café Filosófico | Posted in | Posted on 16:14

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“Não existe alegria, apenas calma.”
Alfred Lord Tennyson

“O maior patrimônio de uma nação é o espírito de luta de seu povo e a maior ameaça para uma nação é a desagregação desse espírito.”
George B. Courtelyou

“A verdade é a essência da moralidade.”
T. H. Huxley

“O homem é aquilo que sabe.”
Francis Bacon

“Se respeitar as pessoas como elas são, você pode ser mais eficaz ajudando-as a se aperfeiçoarem.”
John Gardner

“O inverso da verdade tem dez mil formas e um campo ilimitado.”
Michel Euquem de Montaigne

“A vida feliz consiste na tranqüilidade da mente.”
Cícero

“A sabedoria é o segredo da felicidade.”
Juvenal

“A verdade é o bem próprio do homem e o único bem imortal que nos é dado usar em nossa condição de seres mortais.”
Ben Johnson

“Felicidade: uma polpuda conta bancária, um bom cozinheiro e uma boa digestão.”
Jean-Jacques Rosseau

“As palavras nos permitiram elevar-nos acima dos animais; mas é também pelas palavras que não raro descemos ao nível de seres demoníacos.”
Aldous Huxley

“A filosofia é um bom conselho.”
Sêneca

“Acordo de manhã dividido entre o desejo de melhorar ou salvar o mundo e o desejo de desfrutá-lo ou saboreá-lo . Isso dificulta o planejamento do meu dia.”
E. B. White

“A sabedoria própria dos sábios consiste em uma extraordinária dose de bom senso.”
W.R. Inge

“Mas os homens devem saber que só Deus e os anjos podem ser espectadores do teatro da vida humana.”
Francis Bacon

“Conhecer a verdade não é o mesmo que amá-la e amar a verdade não equivale a deleitar-se com ela.”
Confúcio

“A felicidade não é uma estação na qual chegaremos, mas sim uma forma de viajar .”
Margaret Lee Runbeck

“Nada é mais simples do que a nobreza; na verdade, ser simples e ser nobre.”
Ralph Waldo Emerson

“A natureza proporcionou a todos a oportunidade de ser feliz, se é que ao menos se saiba fazer uso dessa felicidade.”
Claudiano